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Lição 4 Profecia e Misticismo



"Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos,  o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos que sonhais"
(Jr 29.8).
 VERDADE PRÁTICA
Embora o sobrenatural fascine o ser humano, muito do que ocorre, nesse âmbito, não procede de Deus.


INTRODUÇÃO


Devido à popularidade que os meios de comunicação dão às questões espirituais, algumas expressões que antes eram restritas a grupos específicos, acabaram tornando-se comuns. Um bom exemplo são os termos "profecia" e "misticismo". Mas o que de fato significam? Profecia é a mensagem ou palavra do profeta. Já o misticismo, no sentido em que vamos enfocar, é a tendência para a união espiritual íntima com seres espirituais tenebrosos (Ef 6.12). Nessa lição, trataremos das manifestações ocultistas e esotéricas dos místicos no Antigo Testamento, os quais tentaram imitar a autêntica experiência dos verdadeiros profetas de Israel. O mesmo acontece hoje em relação à mensagem do evangelho de Jesus Cristo. Há pessoas que desejam imitá-lo, sem necessariamente ter conhecimento e compromisso algum com a fé cristã.

 I. AVALIAÇÃO DA PROFECIA

1. Os embusteiros (13.1). Quando o texto de Deuteronômio 13.1 fala sobre "profeta" ou "sonhador", na realidade está referindo-se a alguém que se apresenta como tal, e é possível que ele realize perante o povo "um sinal ou prodígio". Contudo, tal milagre em si não é garantia de que o seu ministério seja de origem divina. O reformador alemão, Martinho Lutero, dizia com razão que o Diabo é o maior imitador de Deus. Jesus afirmou que tais impostores "farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos" (Mt 24.24). E o apóstolo Paulo nos adverte dizendo que até "Satanás se transfigura em anjo de luz" (2 Co 11.14). Assim, à luz do texto sagrado, é possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem necessariamente ser um servo de Deus.

2. Como identificar a fonte do milagre? (13.2). A primeira e mais segura regra de autenticação dos prodígios realizados por alguém é a sua coerência bíblica. É impossível alguém operar milagres da parte do Senhor e, ao mesmo tempo, adotar uma teologia contrária à Bíblia, ou seja, quem ensina ao povo a seguir a um deus estranho está incitando a rebelião contra Deus (Dt 13.5). Jesus disse: "[...] por seus frutos os conhecereis" (Mt 7.16). O termo "frutos" não diz respeito apenas ao testemunho pessoal, pois há ateus e  praticantes de doutrinas ocultistas que têm um excelente testemunho junto à família e diante da sociedade. Ao falar dos "frutos", o Senhor Jesus Cristo referiu-se mais ao conteúdo teológico do pregador milagreiro e enganador.

3. Deus usa o falso profeta para provar os seus servos (13.3). Como já foi dito, uma das formas mais simples de avaliação de um falso profeta é o conteúdo de sua mensagem. Se a cosmovisão religiosa e filosófica do profeta, ou sonhador, acerca de Deus, do ser humano e do mundo afasta-se das Escrituras, contrariando a doutrina bíblica, ainda que ele faça descer fogo do céu à nossa vista e impressione o povo, devemos continuar firmes em nosso lugar, pois tais manifestações são de fonte estranha. Conforme vimos na leitura bíblica, Deus permite que essas coisas aconteçam para nos provar (13.3). Isso é ainda mais válido para os dias atuais com tantos inovadores milagreiros, falsos cristos e pregadores de "outro Jesus, outro espírito e outro evangelho" (2 Co 11.4). 

 II. PRÁTICAS DIVINATÓRIAS

1. As abomináveis práticas divinatórias (18.9). Moisés enumerou algumas práticas divinatórias comuns entre os cananeus (Dt 18.14), e o profeta Isaías preveniu o povo sobre algo semelhante observado pelos egípcios (Is 19.3); todas essas coisas Israel devia rejeitar. Isso vale também para os cristãos, pois tais práticas existem ainda hoje na sociedade. Elas abrangem direta ou indiretamente: magia, astrologia, alquimia, clarividência, tarô, búzios, quiromancia, necromancia, numerologia, levitação, transe etc. São práticas repulsivas aos olhos de Deus porque representam uma forma infame de idolatria e demonismo.
2. Adivinhador, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, encantador, necromante e mágico (18.10,11). O "adivinhador" ou "adivinho" é quem pratica a adivinhação. Como parte da magia, essa prática é uma antiga arte de predizer o futuro por meios diversificados: intuição, explicação de sonhos, cartas, leitura de mão etc. O termo "prognosticador" é uma das possíveis traduções do hebraico onen, e literalmente significa "fazer agouros pela nuvem". É aquele que pratica mágica, vaticínio, presságio, prognóstico e tenta prever o futuro por meio de sortilégios.
O agoureiro é o que pratica agouros, uma forma de magia especializada em tentar predizer males e desgraças (2 Rs 17.17). A palavra hebraica empregada para "feiticeiro" é usada também para "bruxo"; os tais faziam parte do grupo de conselheiros de Faraó, com os seus sábios e magos (Êx 7.11). O termo hebraico traduzido em nossas versões por "encantador de encantamentos" denota "amarrar" alguém por meio de mágica. É o praticante de macumba, de despacho etc. A palavra hebraica usada para "espírito adivinhante" ou "necromante", na ARA, tem sentido abrangente: médium, espírito, espírito de mortos, necromante e também mágico (Lv 19.31; 20.6; Is 8.19; 29.4).
3. Bruxo e bruxaria. Bruxo é o praticante da magia negra que visa fazer o mal (qualquer forma de adivinhação em si mesma já é um mal). A bruxaria chegou ao seu apogeu na Idade Média. Hoje, as bruxas são apresentadas, pela mídia, como heroínas belas para as crianças e adolescentes. Tenha cuidado!

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

As práticas divinatórias são uma forma infame de idolatria e satanismo e, portanto, repulsivas aos olhos de Deus.


III. A NECESSIDADE DA PROFECIA BÍBLICA

1. A voz de Deus na terra. A profecia bíblica é a voz de Deus na terra para nortear homens e mulheres no caminho seguro para o céu; é também chamada de a "profecia da Escritura" (2 Pe 1.20). Mesmo com a queda do homem no Éden, o Senhor nunca deixou de se comunicar com as suas criaturas racionais. Através dos patriarcas, reis, sacerdotes e profetas, Ele revelou a si mesmo e se propôs a habitar no meio do seu povo (Êx 25.8; 29.45,46). Na atualidade, a voz do Senhor pode ser ouvida através da Palavra de Deus, que é pregada ao mundo inteiro por meio da "igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade" (1 Tm 3.15).

2. Revelação dos arcanos divinos. Ao falar sobre o fato de Jesus ser o cumprimento da mensagem dos profetas, o apóstolo Pedro disse que "agora", ou seja, para nós que estamos presenciando a materialização dos vaticínios e arcanos divinos, precisamos atentar ainda mais para a importância de tais mensagens, pois cumprem o propósito de servirem como um norte, "até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração" (2 Pe 1.19).

3. O contraste entre a verdadeira profecia e as práticas pagãs. A Leitura Bíblica em Classe e as demais referências citadas nesta lição revelam a gravidade das práticas ocultistas e esotéricas, as quais tentam imitar a profecia bíblica. Elas são demoníacas, portanto, condenadas pela Palavra de Deus. O objetivo dos adivinhadores, magos, prognosticadores, agoureiros, necromantes etc., é o mesmo dos tempos bíblicos: fazer frente à vontade de Deus e ao evangelho de Jesus Cristo, levando o povo ao desvio do único caminho certo, à semelhança de Janes e Jambres que "resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade" (2 Tm 3.8).

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

A profecia bíblica norteia homens e mulheres no caminho para o céu e contradiz as práticas pagãs

CONCLUSÂO

Cada crente em Jesus deve ser sóbrio e vigilante diante da atual avalanche de crenças e práticas disseminadas no mundo atual. Tal popularidade ocorre principalmente por causa dos meios de comunicação (livros, revistas, internet, televisão, esta última principalmente através de novelas, programas de auditórios, filmes e seriados), os quais fazem a sociedade encarar tudo como se tais práticas fossem naturais, comuns e inofensivas. Os formadores de opinião apresentam tais coisas como modismos, mas aos olhos de Deus são uma abominação (Dt 18.9-12; Ap 9.21; 21.8). Nós temos a Bíblia, o Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo, portanto, deixemo-nos ser guiados e ensinados pelo Consolador (Jo 14.26).

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