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Jesus - O Ministério Profético no Novo Testamento



"O qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas"
(Ef 3.5).
 Os apóstolos de Jesus Cristo exerceram na Igreja autoridade semelhante a dos profetas do Antigo Testamento.
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INTRODUÇÃO

Já vimos reiteradas vezes que o autêntico profeta falava em nome de Deus e por Deus. Suas mensagens contemplavam os elementos mais comuns de uma profecia bíblica, os quais consistem das revelações quanto ao futuro, bem como de mensagens de encorajamento, fortalecimento, advertência e repreensão. Assim, apesar de o Novo Testamento consistir em grande parte de cumprimento profético veterotestamentário, o elemento preditivo também se acha em suas páginas com exceção das epístolas a Filemon e de 3 João. 

I. JESUS CRISTO, O PROFETA QUE HAVIA DE VIR

1. A principal característica do autêntico profeta. Quais as funções básicas de um profeta? O autêntico profeta é um porta-voz de Deus. Isso significa que ele não fala o que quer, mas o que o Senhor lhe ordena. Em qualquer instância da mensagem profética, e seja qual for o destinatário, o arauto de Deus falará apenas o que recebeu do Senhor, isto é, nem mais nem menos.  

2. Jesus Cristo, o Profeta. Jesus, por diversas vezes, falou em nome do Pai, sendo Ele mesmo verdadeiro Deus (Jo 1.1,14). Contudo, mesmo assim, observamos que Ele agia e falava segundo a vontade de seu Pai (Jo 4.34; 5.30; 6.38; 14.24). Um exemplo que deve inspirar-nos a exercer com prudência nosso ministério. Entre as suas profecias que já se cumpriram acha-se o anúncio da queda de Jerusalém, que se deu no ano 70, e a segunda diáspora dos judeus (Lc 21.24). Nos dias atuais, percebemos que as enunciações de Jesus quanto aos últimos tempos estão se cumprindo fielmente (Mt 24.5-12). Levemos em conta também suas proclamações escatológicas (Mt 24.29-31).

3. A perfeição de Cristo. Sendo verdadeiro Deus, o conhecimento de Cristo é perfeito e absoluto; Ele sabe todas as coisas (Jo 16.30; 21.17; Cl 2.2,3). O Senhor viu Natanael debaixo da figueira (Jo 1.47,48), e sabia também que no mar havia um peixe com uma moeda na boca (Mt 17.27). Não havia necessidade que alguém lhe explicasse o que há no interior do homem, porque tudo Ele sabe (Jo 2.24,25). Ele sabia também que a mulher samaritana já fora cinco vezes casada, e que o homem com quem ela vivia não era seu marido (Jo 4.17,18). Onisciente e onipresente, Jesus tudo sabia e tudo sabe. Ele não precisava de revelações como os profetas e apóstolos. Cristo é o Profeta por excelência; o testemunho de Jesus é o espírito de profecia (Ap 19.10).

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o Profeta por excelência.

II. A ATIVIDADE PROFÉTICA EM O NOVO TESTAMENTO

1. A revelação pelo Espírito (v.10a). O mesmo Deus que se revelou aos profetas hebreus também se deu a conhecer na plenitude dos tempos aos apóstolos: "Deus no-las revelou pelo seu Espírito", afirma Paulo (v.10a). Assim, entendemos que a natureza da atividade profética em o Novo Testamento revela a mesma fonte divina: o Espírito Santo. Não é a expressão "veio a palavra do Senhor", tão comum nos textos do Antigo Testamento, que caracteriza a profecia do Novo Testamento, mas a ação inspiradora e direta do Espírito Santo (At 10.19; 16.6,7; 20.23) tal como ocorria na Antiga Aliança.

2. O Espírito Santo conhece as profundezas de Deus (vv.10b,11). O apóstolo lembra que o Espírito Santo é Deus, dizendo que "o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus" (v.10b) e continua, afirmando que "ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus" (v. 11b). Assim a Bíblia atesta de maneira inconfundível e incontestável a deidade absoluta da terceira Pessoa da Trindade (Ver 1 Pe 1.10-12). 

3. A superioridade da revelação apostólica (v.12). A revelação que os apóstolos receberam era superior a que foi dada aos patriarcas, reis, sábios, sacerdotes e profetas do Antigo Testamento (2 Co 3.5-11). Isto porque, os apóstolos viveram o clímax da revelação em Jesus (Hb 1.1) e desfrutaram da dimensão do Espírito Santo em uma época em que sua atuação não era mais esporádica, mas plena e abundante.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

A atividade profética em o Novo Testamento era exercida pelos apóstolos mediante a revelação do Espírito Santo.

III.  O EXERCÍCIO PROFÉTICO DOS APÓSTOLOS

1. A plenitude dos tempos. Muitos foram os profetas do Antigo Testamento quando comparados ao número de apóstolos do Novo. Em relação ao período profético, o ministério apostólico foi relativamente curto. Assim como o volume da produção profética do Antigo Testamento quando comparada ao do Novo Testamento é muito maior. O importante, porém, é saber que todas as coisas ocorreram segundo o programa de Deus.
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Não obstante, com o nascimento de Cristo no período do Novo Testamento, deu-se o cumprimento máximo das profecias do Antigo Testamento. A esse evento Paulo denomina de a "plenitude dos tempos" (Gl 4.4).  
2. Profecias de Paulo. O apóstolo dos gentios ensinava em nome de Jesus como seu embaixador (2 Co 5.20) e dessa forma anunciou coisas futuras. Profetizou acerca do surgimento de falsos mestres e de seitas (At 20.29,30; 1 Tm 4.1). Quanto ao futuro, predisse pelo Espírito o arrebatamento da Igreja e a ressurreição dos mortos (1 Ts 4.13-17); a manifestação do Anticristo e o período da grande tribulação (2 Ts 2.3-11); o galardão dos justos (1 Co 3.12-15; 2 Co 5.10) e outras profecias. A eleição e a restauração de Israel, importante assunto profético que ocupa três capítulos de Romanos e demonstra a atualidade da promessa divina aos patriarcas, saíram de sua pena inspirada pelo Espírito Santo (9-11). De todas as suas epístolas, apenas Filemon não traz qualquer profecia.

3. Profecias de Pedro e as predições através de João. O apóstolo Pedro escreveu duas epístolas. Temos também suas pregações registradas em Atos, grandes compêndios proféticos, que estão a nortear a vida da Igreja até hoje. Como o apóstolo Paulo, também profetizou o aparecimento dos heresiarcas (2 Pe 2.1-3), dos escarnecedores no fim dos tempos (2 Pe 3.3,4), a vinda de Jesus, o fim do mundo e a eternidade dos salvos (2 Pe 3.7-18). Seu companheiro de ministério, o apóstolo do amor, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu o Evangelho que leva o seu nome - João -, o qual contém dezenas de profecias, quase todas pronunciadas pelo Senhor Jesus. O livro de Apocalipse, também escrito por João, é essencialmente profético. É a conclusão de todas as Escrituras e lança luz sobre as profecias do Antigo Testamento, principalmente as de Ezequiel, Daniel e Zacarias, de Jesus em Mateus 24, 25 e do apóstolo Paulo (1 Ts 4-5; 2 Ts 2). Quanto às suas epístolas, apenas a terceira não contém profecias.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

Os escritos neotestamentários evidenciam o exercício do ministério profético pelos apóstolos.

CONCLUSÂO

O cumprimento das profecias da Bíblia Sagrada é uma das evidências de sua origem divina. Nestas escrituras, todas inspiradas pelo Espírito Santo de Deus, temos um seguro guia em nossa jornada para o céu. O seu cumprimento é tão certo quanto à sucessão dos dias e das noites; por isso, todos devemos esperar nas fiéis promessas de Deus feitas por meios de seus profetas e apóstolos.

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