quarta-feira, 14 de março de 2012

Resenha do livro: A Prosperidade à Luz da Bíblia

Por Eliel S. Gaby
Na relação de assuntos que fascinam o ser humano, a “p r o s p e r i d a d e” ocupa um lugar de destaque. O pastor José Gonçalves, no livro “A Prosperidade à Luz da Bíblia”, utilizou uma linguagem clara e objetiva para analisar este tema, apresentando um amplo trabalho de pesquisa no campo da teologia, da antropologia e da sociologia. 

Inicialmente, a discussão do assunto, é verificada no contexto do Antigo Testamento. Com base em diferentes passagens bíblicas, o autor descreve, à luz da Bíblia, que o segredo de uma vida abençoada e próspera sempre foi possível através de um correto relacionamento com Deus. No tempo de Abraão, o período patriarcal, ele tornou-se modelo do crente próspero. No tempo de Moisés, o período mosaico, através da observância da Lei, o povo poderia viver de forma próspera. No tempo dos juízes, o período tribal, o povo fazia o que julgava correto, o que resultou num momento difícil para eles. No tempo dos reis, o período monárquico, o fracasso na adoração refletia o estado da economia. O autor cita como causa de maldição, a escassez, a falta de primazia e o desprezo da palavra de Deus. 

No contexto do Novo Testamento, o importante não é apenas ser abençoado, mas ser abençoado por pertencer à igreja. Desta forma, “ser” é melhor que “ter”. Ao analisar a felicidade como fruto da prosperidade, o autor fez uma análise profunda do Sermão do Monte, observando que as “bem-aventuranças” põem em contraste todos os modelos de prosperidade existentes, quer tenham sido vividos nos dias bíblicos quer sejam vividos hoje. 

Ao analisar a origem da teologia da prosperidade e os danos que tem causado a igreja, o autor nos leva à gênese deste ensinamento, ou seja, nos lembra da influência que a igreja recebeu do gnosticismo. Ele destaca também a interpretação distorcida da epístola de Paulo aos filipenses, demonstrando que o “tudo posso” do apóstolo revela mais dependência do que independência, ou seja, o mesmo Deus que o fortalecia para viver em abundância, era o que o fortalecia quando vivia em escassez. “O ensino equivocado desta passagem tem sido o carro-chefe do triunfalismo neopentecostal”, afirma o pastor. 

Os principais ensinamentos da teologia da prosperidade receberam atenção nesta obra. São eles: a divinização do homem, o conhecimento adquirido por revelação colocado em pé de igualdade com a Escritura, a demonização da salvação e a negação do sofrimento. O efeito colateral produzido é verificado no profissionalismo no ministério, na espiritualidade mercantilista, na ênfase no sentimentalismo, no narcisismo e no hedonismo, nos modismos e na queda dos ideais. 

Esta obra conclui verificando que a prosperidade bíblica vai além da vida em total saúde ou riqueza, por reconhecer que o cristão passa por adversidades, doenças e reveses financeiros. Por outro lado, a prosperidade bíblica não possui apenas o lado espiritual; ela é também material. Não nega o valor dos bens espirituais por meio de uma idealização da pobreza, mas reconhece o direito às posses como bênçãos do Senhor sem, contudo, colocá-las como primazia em sua vida (Mt 6.33; 6.19,20).  



Fonte:CPAD

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