Pregando ao céptico - Zacarias e Geisler
Quando alguém
estuda os maiores expoentes da pregação evangelística nas Escrituras, o
apostolo Paulo permanece como o exemplo fundamental de como passar por linhas
culturais e tendências filosóficas sem comprometer a mensagem. Fiquei a par
disso há algum tempo, durante uma visita a Grécia. Até hoje, ao pé da colina de
Marte está uma placa de bronze com as palavras de Paulo dirigidas aos estoicos
e aos epicureus, transmitidas a nós em Atos 17. Paulo começa com a seguinte declaração:
Varões atenienses,
em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; porque,
Passando eu e
vendo os vossos santuários, achei também um altar em
Que estava
escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vos
Honrais não o
conhecendo e o que eu vos anuncio. Atos 17.22,23
O ponto de partida
de Paulo foi o pensamento de seus ouvintes; e embora seu objetivo fosse expor a
falha intelectual deles, começou afirmando a fome espiritual que sentiam. Passo
a passo, Paulo prosseguiu da necessidade deles para o único que e onisciente —
Deus conforme revelado em Cristo. Apenas Cristo era a resposta tanto para os fracos
quanto para os fortes. Paulo estava bem ciente do contexto, e, com uma relevância
que constrange, aplicou a verdade do evangelho e conquistou ouvintes. Alguns
homens e mulheres influentes assumiram um compromisso com Cristo naquele dia, e
a igreja foi estabelecida em Atenas com bases solidas. Na verdade, alguém pode
se surpreender ao ver o nome da principal rua na colina de Marte.
Ela e chamada de “Dionísio,
o Areopagita”, que se entregou a Cristo no final da mensagem de Paulo. Dois mil
anos depois, a colina e a rua permanecem como um tributo a mensagem e aqueles
que a receberam. De Atenas, Paulo foi a Corinto, um cenário totalmente
diferente. O estudioso do Novo Testamento William Barclays observa que Corinto era
uma cidade perversa: “A própria palavra korintbiazesthai, viver como um coríntio,
havia se tornado parte da língua grega, e significava viver embriagado e na
imoralidade”. A palavra coríntio entrou na língua inglesa para descrever
nos períodos de governo provisório “um dos jovens ricos que viviam de modo
despreocupado e descomedido”.
A Qualquer leitor
das Epistolas de Paulo aos Coríntios está familiarizado com a lista de vícios,
terminando com as palavras: “E e o que alguns tem sido” (1 Co 6.11). Mas alguém
imediatamente e detido pelas palavras iniciais de Paulo: “E eu estive
convosco... A minha palavra e a minha pregação não consistiam em palavras
persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espirito e de poder” (1
Co 2.3,4).
Enquanto fiquei em
Corinto, fui dominado completamente pela mensagem de Paulo. Ali, em uma placa
de gesso, estavam gravadas as poderosas palavras de 1 Coríntios 13,
possivelmente a maior exposição já escrita sobre o amor. Como Paulo aplicou a
verdade do evangelho a um povo tão depravado? Isso e fácil de se ver. Sobre as ruinas
da antiga Corinto está o que restou do templo de Afrodite, a deusa do amor
sensual. Esse templo abrigava milhares de prostitutas que exibiam suas ofertas
a cada noite diante da insaciável paixão dos coríntios. Patilo contrastou essa expressão
vulgar de amor com a pureza e a beleza do amor de Deus, que se regozija com a
verdade e e eterno em sua natureza. Com uma forca capaz de atrair a atenção essas
palavras mantem os leitores cativos hoje, expondo a grandeza do amor e
prendendo a imaginação quando lidas no contexto da maior necessidade de
Corinto. Ao refletir bastante sobre a abordagem de Paulo, logo pude ver a potência
da verdade quando transmitida pela estrutura do pensamento e da vida de alguém.
Paulo teria cometido um terrível erro se tivesse chegado aos coríntios como
chegou aos atenienses, armado com logica e argumentos.
Em Atenas foi uma batalha da mente —
filosofia. Mas em Corinto foi uma batalha para o corpo — sensualidade.
Todavia, existe uma conexão — de fato, uma conexão inextricável. Tanto a mente
quanto o coração dos ouvintes devem ser tratados de forma que possam ser
preparados para se renderem ao evangelho. Porem, não vamos perder o foco. O
caminho até o coração em cada cidade teve um ponto de partida diferente no
evangelho, o que culminou em uma aplicação particular. Em outras palavras,
existe um grande perigo em supor que uma abordagem sirva para todos. A compreensão
e o arrependimento são frutos da pregação expositiva que e apropriada para a aplicação
pessoal ou mesmo nacional.
Fonte: Sua igreja está preparada? Zacarias e Geisler
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