Deus Sabe Onde Estou ? – Ken Gaub
Mesmo quando nos sentimos meio “fora do mapa de Deus”, podemos ter a certeza de que ele, não apenas tem nos observado, como também, mesmo que seja em silêncio, tem trabalhado em nosso favor!
Quando nos encontramos totalmente entregues a Deus, vivendo para ele, não devemos nos preocupar com seu silêncio, mas sim, ter certeza de seu agir!
A postagem de hoje nos mostra, em um belo testemunho, como o agir de Deus pode ser surpreendente, mais completo do que podemos sugerir ou imaginar!
Ótima leitura!
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“Há momentos em que a verdade nos deixa abismados!”
“Meu Deus, há momentos em que eu me indago se o Senhor realmente sabe que eu existo!” Pensei comigo mesmo.
Senti-me dominado por forte sensação de autopiedade, ao mesmo tempo em que procurava concentrar-me na direção do carro.
“Ó Pai, às vezes até um pastor precisa ouvir de ti a confirmação de que tu estás ciente dele”, supliquei em pensamento.
“Papai, vamos comer pizza?”
A vos do meu filho Dan me despertou, fazendo com que eu saísse daquele estado de abatimento e dormência em que me afundara. E logo em seguida, minha esposa Barbara, e minha filha Becki se manifestaram, apoiando a sugestão de Dan. Já estava mesmo passando da hora do almoço e a viagem já ia longa. “Está bem”, repliquei.
Saí da rodovia I-75, e entrei na 741, que passava ao sul da cidade de Dayton, Ohio. Logo avistamos inúmeras placas de cores vistosas, anunciando as diversas lanchonetes ali existentes.
Antes mesmo que eu acabasse de estacionar, as crianças já estavam se empurrando para sair de nossa casa-trailer. Barbara parou no degrau e virou para mim.
- Você não vem, não? Indagou.
- Não; não estou com fome, respondi. Vá com as crianças. Vou esticar as pernas e relaxar um pouco.
Saí do carro. Um pouco adiante vi uma sorveteria e pensei: “Acho que estou mesmo é com sede.”
Comprei um refrigerante e pus-me a caminhar de volta para o veículo, andando lentamente, e pensando na sensação que experimentava com relação à indiferença de Deus. De repente, a campainha de um telefone arrancou-me da apatia em que eu me encontrava. Era o telefone de uma cabine de rua situada num posto de gasolina, um pouco adiante.
Cheguei perto e parei. Olhei ao redor para ver se alguém ia atender. O frentista encarregado da bomba parecia não ouvir o chamado incessante do aparelho.
Pus-me a caminhar de novo, pretendendo passar por ele, mas minha curiosidade foi maior que a indiferença. Entrei na cabine e peguei o telefone:
- Alô! Disse automaticamente. Ouvi a voz de uma telefonista do outro lado.
- Chamado interurbano para o Sr. Ken Gaub.
Arregalei os olhos e quase me engasguei com um pedaço de gelo da Coca. Engoli depressa e respondi.
- Você deve estar louca! Mas logo em seguida compreendi que fora mal-educado, e disse:
- Não pode ser! Eu estava só passando por esta rua, não incomodei ninguém, e como o telefone estava tocando…
A telefonista não deu atenção à minha tosca explicação e indagou de novo:
- O Sr. Ken Gaub está? É um interurbano para ele.
Ainda estava à procura de uma explicação plausível, e de repente ocorreu-me que era um daqueles programas de televisão onde se pegam as pessoas desprevenidas. “Ah, já sei, é aquele programa de televisão!” Pensei.
Passei a mão no cabelo para me ajeitar um pouco. Queria estar com uma imagem boa para aqueles milhões de telespectadores que estariam me vendo. Saí da cabine, olhei para um lado e para o outro, e quase rebentei o fio do telefone, de tanto que o estiquei. Mas não avistei nenhuma câmera de televisão. A telefonista estava impaciente e indagou de novo:
- Tenho um interurbano para o Sr. Ken Gaub, ele está?
Totalmente confuso, repliquei rindo um pouco.
- Até onde sei, estou.
Para evitar mais problemas, pus o copo de refrigerante no chão, e nesse instante ouvi uma outra voz entrar na linha:
- É ele telefonista. Creio que é ele.
E a pessoa que ligava passou a falar comigo.
- Ken Gaub, disse ela, e eu ia escutando cada vez mais perplexo, meu nome é Millie, e estou em Horrisburg, Pennsylvania. O senhor não me conhece, mas estou desesperada, e preciso que me ajude.
E aí começou a chorar. Esperei um pouco até que se acalmasse. Depois continuou:
- Estou com vontade de me matar. Escrevi um bilhete de explicação, mas quando estava escrevendo, comecei a orar. Disse a Deus que na verdade não queria fazer isso. E de repente lembrei-me de que vira o senhor no programa de televisão, e pensei que se pudesse conversar com o senhor, talvez receberia ajuda. Sabia que seria impossível, pois não tinha ideia de como me comunicar com o senhor, e não conheço ninguém que poderia me ajudar nisso. E quando estava escrevendo vieram à minha mente uns números, e os anotei.
Enquanto escutava, pus-me a orar silenciosamente pedindo a Deus sabedoria para aconselhá-la. E ela continuou:
- Fiquei olhando aqueles números e pensei: “Seria maravilhoso se isso aqui fosse o número do telefone do Pr. Ken; seria um milagre de Deus.” E resolvi ligar. Achei que valia a pena fazer uma tentativa. E valeu. Quase nem acredito que estou falando com o senhor. Está em seu gabinete pastoral?
- Minha senhora, repliquei, meu gabinete é em Yakima, Washington.
Ela se mostrou um pouco surpresa e perguntou:
- Então, onde é que o senhor está?
- Minha senhora, talvez não acredite no que vou lhe dizer, mas estou numa cabine de rua em Dayton, Ohio.
Compreendendo que aquele contato só poderia ter sido conduzido por Deus, passei a conversar com aquela mulher, aconselhando-a com toda seriedade. Ela me falou de seu desespero e frustração, e pouco depois fazia a oração de entrega pessoal à única Pessoa que realmente poderia livrá-la da situação em que se encontrava e dar-lhe uma nova vida – Jesus Cristo.
Quando me afastei daquela cabine telefônica, tinha uma maravilhosa consciência do interesse de nosso Pai celeste por cada um de seus filhos. Com tantos milhões de telefone, somente um Deus onisciente poderia ter levado aquela mulher a ligar para aquela cabine telefônica, naquele momento.
E foi quase explodindo de entusiasmo que subi os degraus do trailer. Será que meus familiares iriam acreditar no que me acontecera?
- Barbara, disse à minha esposa, você não vai acreditar no que vou lhe dizer: Deus sabe onde estou!
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Autor: Ken Gaub Fonte:Fonte: Mensagem da Cruz, ed. 78.
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