Mongólia, a “arma secreta de Deus”
Quem diria que um país de hábitos nômades e com pouco mais de 25 anos de história cristã poderia ser considerado “a arma secreta de Deus” para alcançar os povos não evangelizados. A Mongólia, país localizado na Ásia Oriental, é visto como um lugar estratégico para a expansão do evangelho, principalmente por causa de sua localização e características culturais.
A região fazia parte da extinta União Soviética e recebeu seus primeiros missionários em 1992, após o fim do Regime Comunista. O país faz fronteira com a China e fica bem próximo da Coréia do Norte e de outros países perseguidos da janela 10/40. Com objetivo de fazer o evangelho chegar além das fronteiras, surge a iniciativa de uma família comprometida com o “ide” de Cristo.
Lucas e Juliana Oliveira atenderam ao chamado do Mestre e juntamente com seus filhos Flora, de seis anos, e João, de dois, fazem, desde o ano passado, o trabalho missionário na Mongólia pela Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, em parceria com a Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo (CRU Brasil).
ucas e Juliana se conheceram em São Paulo, no Seminário Teológico Betel Brasileiro, onde eram colegas de classe. Se casaram em 2010 e desde então se doam juntos na obra de Deus. Até o ano de 2012 atuaram implantando igrejas no Nordeste do Brasil e em 2013 deram início ao trabalho de evangelização e discipulado na Universidade de São Paulo (USP) junto com o movimento estudantil Alfa e Ômega da CRU. No ano passado, foram enviados à República Popular da Mongólia e assumiram mais essa importante missão na causa do evangelho.
“Alcançando pra alcançar”
De acordo com dados da CIA, 53% da população do país se declara budista, 3% muçulmana, 2,9% xamanista e 38,6% não professa religião nenhuma. O cristianismo representa 2,2% da população.
Lucas revela que existe um sincretismo muito grande envolvendo o budismo e a religião xamânica. Mas, quando o mongol é liberto e se converte ao evangelho de Cristo, logo se transforma, por gratidão, em forte candidato ao campo missionário.
O projeto prevê justamente a evangelização e a capacitação desses irmãos locais para que possam avançar as fronteiras levando a mensagem de Cristo. Atualmente, existem cerca de 40 mil crentes nativos no país.
“A Mongólia fica no coração da Ásia, faz divisa com países fechados como a China, por exemplo. A Coréia do Norte [primeiro na classificação de países perseguidos] fica bem próximo também. Os mongóis têm bom relacionamento com os países vizinhos, eles apreendem línguas diferentes com muita facilidade e por serem nômades, não têm problemas em mudar de lugar. Eles vivem com muito pouco. Todas essas características fazem deles a arma secreta de Deus para evangelização dos povos”, explicou o missionário.
Desafios locais
Devidos às oscilações frequentes de temperaturas, que em determinadas épocas do ano chegam a – 50°C, cerca de 40% da população nativa é formada por famílias nômades ou seminômades que não têm residência fixa e migram em busca de água e pasto para os animais. De acordo com o missionário, isso acaba dificultando o trabalho de discipulado, pois nunca se sabe se encontrarão a família no mesmo lugar. Outro problema é que eles assentam muito distante uns dos outros. Existem em média dois habitantes por quilômetro quadrado.
“Eles moram cada hora em um lugar e logo depois se mudam, então é difícil saber onde vamos encontrá-los novamente, temos que ficar perguntando até achá-los, mas seguimos firmes”, contou.
Adaptação à cultura
Apesar de já estarem no campo, os missionários vivem um período de adaptação ao idioma e à cultura local. Fazem aulas todos os dias da língua Kalca Mongol e conhecem um pouco mais dos costumes regionais. Depois desse período, seguirão para a etapa de treinamento de obreiros e implantação de igrejas na localidade.
“Precisamos de oração pra que a gente possa superar todos os desafios culturais, para que possamos aprender a língua com fluência, para que a gente possa conhecer mongóis que tenham sabedoria a respeito da vida nômade, da religião local e que eles nos ajudem a criar pontes entre a cultura local nômade e o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo”, finalizou.
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