A crise da paternidade e o massacre em Suzano
Há algo faltando na alma dos jovens sem pais. Segundo Larry Crabb, no seu livro “O Silêncio de Adão”, um filho recebe três mensagens vitais de um pai piedoso:
- “Isso pode ser feito!”
- “Você não está sozinho!”
- “Acredito em você!”
Você acha que aqueles jovens foram corajosos ou covardes? Se eles fossem corajosos, gastariam energias pela preservação da vida, não por sua própria extinção. Eles seriam bons, fortes, generosos, amorosos. Só que ninguém os conduziu neste caminho. Ninguém provou para eles que isso podia ser feito.
Não há nada pior para uma criança do que ser órfã de pais vivos. O mais moço, que no final matou o companheiro de ataque e depois se suicidou vivia com a avó. Seu pai o abandonou e sua mãe é usuária de drogas. Ele tinha perdido essa avó três meses antes do atentado que protagonizou. Ele estava sozinho.
Quando um jovem nunca ouve um homem declarar ao longo de sua vida que se mover com firmeza no caminho da maturidade é algo possível, independente do que a vida traga; que alguém sempre se importou e sempre se importará com ele, e que alguém respeita a sua alma e sabe que ele pode vencer – o jovem que nunca ouve essas afirmações experimentará, no âmago da sua existência, um vazio imensurável que produzirá dor e um profundo desespero.
Sabemos que o ocorrido não se deu somente por razões patológicas; o que vimos foi uma sucessão de barbaridades que começou num ato terrorista e culminou num assassinato e num suicídio. Ou seja, a santidade da vida humana sendo carcomida pelo ódio e pela violência. O que estamos apontando aqui é para o que faltou a estes jovens, que foi muito mais determinante para que chegassem onde chegaram do que o que propriamente eles tinham de patologia psíquica ou social.
Diante do caos, temos de falar ousadamente no poder de Cristo. Ele nos ensinou a viver de forma a colocar Deus sempre no centro de nossas vidas. Por isso mesmo é que devemos nos contrapor rispidamente aos difusores da demagoga campanha ideológica contra a masculinidade, adjetivando-a como “tóxica” – como se o conceito de masculinidade tivesse a ver com violência, bullying, vingança, orgulho etc.
É exatamente o oposto disso! Homens viris são amorosos, protetores e respeitosos. São estes homens que estão em falta num mundo secularizado que fragmentou a concepção da sexualidade masculina, reduzindo a essência do ser masculino e uma expressão humana monstrificada, como se todo homem vivesse em função da própria genitália ou de seus músculos, o que não é verdade.
Tóxica mesmo é a propaganda que promove uma difamação e ridicularização públicas da cosmovisão cristã que defende a família na sua visão e concepção naturais, segundo a ordem da criação. Nociva à sociedade é a venda da ideia de que o homem é uma figura dispensável e abjeta nas relações familiares, porque simplesmente todos são colocados na caixinha do preconceito e do ódio à masculinidade, tornando sinônimas no vocabulário político as palavras “masculino” e “machismo”. São estes, os defensores da pluralidade na concepção familiar, que ajudaram indiretamente na formação de jovens como o Guilherme e o Henrique, quando normatizaram aquilo que jamais poderia ser considerado natural ou saudável para o estabelecimento de uma cultura.
Despreze os filósofos, políticos e artistas que condenam a masculinidade. Não dê ouvidos a narrativas que, na tentativa de corrigir um problema de injustiça social, estabelecem uma relação separatista que não combina em nada com um ideal fraterno, justo e pacífico, como é o discurso de muitos deles. Geralmente, os que mais falam em intolerância são os mais intolerantes.
O que levou estes jovens a cometerem atos tão terríveis não foi a presença de um jogo violento de videogame, computador ou celular, ou de um fórum de psicopatas na internet ou mesmo de uma arma com o número raspado; o que levou estes jovens a realizarem aquele massacre foi a ausência – a ausência de um pai que pudesse lhes ensinar [na prática] sobre o que é ser um homem de verdade.
Fonte:GospelPrime por Maycson Rodrigues
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