Pobre gente rica
Ronnie, um rapaz cego que vive na parte oriental de Uganda, é singular não apenas por
causa de sua condição ou pelo fato de ser cego, mas também por seu amor por Jesus. Se
você tivesse a chance de conhecê-lo, uma das primeiras coisas que o ouviria dizer é:
Amo Jesus demais, e canto louvores a ele todos os dias!".
Um dos amigos mais íntimos de Ronnie é uma garota surda. O que os une não é o fato de
terem uma deficiência física ou de serem muito pobres, mas a satisfação e o amor
evidentes que sentem por Jesus. Eles têm pouca coisa daquilo que nossa sociedade
considera importante, mas possuem o que há de mais valioso. Eles se aproximaram de
Deus em um momento de grande necessidade, e encontraram a verdadeira alegria.
Por não costumarmos depender de Deus para conseguir comida, dinheiro para comprar a
próxima refeição ou um abrigo, não nos sentimos dependentes.
Na verdade, geralmente
nos consideramos muito independentes e capazes. Mesmo que não sejamos ricos,
dizemos que "estamos indo muito bem".
Se uma centena de pessoas representasse a população do mundo, 53 delas viveriam
com menos de dois dólares por dia. Já parou para pensar que, se você ganhar cerca de
R$ 7 mil por mês, automaticamente terá um salário cem vezes maior que a média das
pessoas deste planeta? Só para comprar este livro, você gastou o dinheiro que a maioria
das pessoas no mundo tem para passar a semana inteira.
Qual é o maior absurdo nessa história: o fato de termos tanto em comparação com todas
as outras pessoas ou de não acharmos que somos ricos? Que a qualquer momento
podemos, de modo arrogante, nos considerar "falidos" ou "pobres"? Não somos nenhuma
das duas coisas. Somos ricos. Podres de ricos.
Robert Murray M'Cheyne era um pastor escocês que morreu aos 29 anos. Embora tivesse
vivido no início do século XIX, suas palavras são muito apropriadas para hoje em dia:
Estou preocupado com os pobres, mas estou ainda mais preocupado com você. Não sei o
que Cristo dirá a você naquele grande dia [...] Temo que muitos que me ouvem saibam
bem que não são cristãos porque não amam a generosidade. Doar muito e de modo
liberal, não de má vontade, exige um coração novo; o velho coração daria preferência a
entregar sua força vital do que entregar seu dinheiro. Ah, meus amigos! Aproveitem seu
dinheiro; façam o máximo que for possível com ele; aproveitem o mais rápido possível,
pois tenho uma coisa a lhes dizer: vocês serão mendigos por toda a eternidade. Citado
por John PIPER, Não jogue sua vida fora, São Paulo: Cultura Cristã, 2006.
A realidade é a seguinte: reconheçamos ou não nossa prosperidade, ser rico é uma séria
desvantagem em termos espirituais. Como William Wilberforce disse certa vez, "a
prosperidade endurece o coração".
Quando conversava com uma pessoa rica que queria ir para o céu (não acha que essa
descrição serve para a maioria de nós?), Jesus disse:
Ao ouvir isso, disse-lhe Jesus: "Falta-lhe ainda uma coisa. Venda tudo o que você possui
e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro nos céus. Depois venha e siga-me".
Ouvindo isso, ele ficou triste, porque era muito rico. Vendo-o entristecido, Jesus disse:
"Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus!". Lucas 18:22-24
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