Independência ou morte - O grito de liberdade ecoa na Cruz do Calvário
"Bem-aventurada a nação cujo Deus é o Senhor." Sl 33.12
A Independência do Brasil é um dos fatos cívico-históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. O caso mais conhecido é o de Tiradentes, executado pela Coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira. Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro recebeu uma carta da Corte de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal.
Há tempos os portugueses insistiam nessa ideia, pois pretendiam recolonizar o Brasil, e a presença de D. Pedro impedia esse ideal. D. Pedro, porém, respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”. Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra e obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino.
Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o “cumpra-se”, ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência. O príncipe fez uma rápida viagem a Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimentos, pois acreditavam que tudo isso poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.
Essas notícias chegaram às mãos de D. Pedro quando estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga levantou a espada e gritou: “Independência ou Morte!”. Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil. Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. D. Pedro recorreu a empréstimo da Inglaterra para pagar a independência brasileira. (Fonte: http://www.suapesquisa.com/independencia).
Surge então uma pergunta: quais as lições prático-pedagógicas extraídas desse marco histórico que completa 197 anos? Como cristãos, o que aprendemos com esse dia cívico-político? Verdade é que todo acontecimento, de qualquer espécie, tem sempre uma lição de casa a nos transmitir, ainda mais quando se trata de fatos que podemos relacionar às verdades bíblicas.
LIÇÃO 1: O ato da independência do Brasil leva-nos a refletir sobre o momento da independência da humanidade proclamada por Cristo na Cruz do Calvário, séculos antes de D. Pedro. Enquanto esse imperador proclamou a independência do Brasil com um grito e uma espada, junto ao rio Ipiranga, SP, rebelando-se contra a ordem vinda de Portugal, num ato legítimo de guerra, Jesus, transpassado por uma espada, bradou lá no Calvário: Independência ou morte. Ou seja, ele estava morrendo pela independência de toda a humanidade: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito, está tudo consumado” (Lc 23:46).
LIÇÃO 2: O ato de independência do Brasil por D. Pedro foi a favor da nação brasileira, ou seja, uma atitude local, militar e governamental, que não envolvia valores espirituais, como a alma do brasileiro. O ato de independência proclamado por Jesus envolveu toda a humanidade, todo aquele que nele crê, visando livrar os pecadores da condenação eterna. Neste aspecto, Jesus morreu pela humanidade, enquanto D. Pedro não morreu pelos brasileiros quando bradou às margens do rio Ipiranga: Independência ou morte!
LIÇÃO 3: O ato de independência e liberdade custou ao Brasil 2 milhões de libras esterlinas. D. Pedro precisou recorrer à Inglaterra e buscar empréstimos para pagar a Colônia Portuguesa. Com isso, o Brasil passou a ser um país independente, mas devedor. O preço pago por Jesus para dizer “independência ou morte” foi o seu próprio sangue, derramado na cruz (1Pe 1:19). Ele não precisou pegar empréstimo de ninguém, mas humilhou-se até a morte e morte de cruz (Fp 2:5-11). Estávamos em dívida com Deus, mas agora tudo está pago.
LIÇÃO 4: D. Pedro, apesar de ter sido uma autoridade política muito importante para os brasileiros, foi um homem falho e mortal. Está sepultado, aguardando, juntamente com todos os mortos, o juízo final. Nessa ocasião, uns ressuscitarão para a vida eterna e outros para a vergonha eterna (Dn 12:2 e Ap 21:11-15). Jesus, por sua vez, morreu e foi sepultado, mas ressuscitou ao terceiro dia (1Co 15:4). A morte, o inferno, Satanás e os demônios não puderam nem celebrar a morte de Jesus, porque no terceiro dia ele ressurgiu dentre os mortos (Mt 28:6).
LIÇÃO 5: O grito de independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marcou o fim do domínio português e a conquista da autonomia política brasileira. Segundo a história, muitos morreram por essa causa, em nome de uma liberdade terrena. A morte de Jesus, por sua vez, é o marco mais relevante de todos os tempos, pois Cristo conquistou na cruz a liberdade espiritual da humanidade, que caminhava a passos largos para o inferno, dando-lhe a oportunidade de se livrar da morte eterna. Jesus morreu a nossa morte por esse ideal.
LIÇÃO 6: O Brasil completa, no dia 7 de setembro de 2022, dois séculos de independência política. Historicamente, é uma data para não ser esquecida, jamais. No entanto, o país continua escravo de uma economia instável e insustentável, deixando os brasileiros aterrorizados. O governo de D. Pedro passou como tantos outros. O governo de Jesus jamais passará, pois é eterno. Diz a Bíblia que os salvos irão governar com Cristo nesta terra, por ocasião do milênio e, depois, estarão para sempre com Jesus nos céus (Is 60:10-15, Zc 14: 9, 1Ts 4:16-17).
LIÇÃO 7: O dia 7 de setembro será sempre um momento cívico-espiritual, para que as igrejas possam orar, jejuar e se consagrar com mais intensidade pelo Brasil, levantando nesse dia mãos santas e suplicando as misericórdias do Senhor (Sl 15, Lm 3:30, 1Tm 2:1-4). É um dia que nos desafia a sairmos às ruas (das regiões celestiais) e protestarmos, ajoelhados e humilhados perante o Senhor, em oração contrita, contra toda a corrupção, mentiras e falcatruas que têm dominado quase todos os setores da política brasileira (Ef 6:10-18.) Que Deus abençoe, proteja e salve o Brasil!
Secretaria Central da IPRB
Por Emerson Dutra
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