Critica social não é profecia ? - Gutierres Siqueira
"Nos últimos dias, surpreendeu-me como muitos pentecostais resistiram a chamar uma reflexão crítica de “mensagem profética”, mesmo aqueles que concordaram com a mensagem. Muitos irmãos disseram que a crítica social não é profecia. Outro teólogo chegou a insinuar que quem afirma isso é analfabeto bíblico e não frequenta a Escola Dominical. Será mesmo?Ao contrário da crença popular, a profecia bíblica não se concentra principalmente em prever o futuro ou encontrar mensagens codificadas relevantes para os tempos modernos. Os profetas do Antigo Israel eram mais mensageiros de sua geração, focados em pregar a retidão e chamar à conversão, do que visionários do futuro (Anthonioz, 2019). A função crítica do profeta é um consenso entre biblistas pentecostais e não-pentecostais.O pastor Esequias Soares, hebraísta formado pela Universidade de São Paulo (SP) e líder da Comissão de Apologética da CGADB, afirma no livro “O Ministério Profético na Bíblia” (CPAD), que serviu de base para a Escola Dominical: “A justiça social está presente em toda a Bíblia, e esse assunto envolve religião, política e economia. Assim como os aspectos político e social nos profetas revelam a forma como a profecia contribuiu na formação moral e ética nos períodos que se seguiram à geração dos profetas de Israel e entre as nações” (p. 50). Soares mostra na obra que o clamor pela justiça social era um traço importante dos profetas.Embora nem toda crítica social seja “profética”, aquelas que nascem a partir de vidas piedosas, em oração e comunhão com Deus, a partir das Escrituras, podem sim ser chamadas de “mensagens proféticas”. Este entendimento amplia a percepção da profecia, reconhecendo-a como uma ferramenta poderosa para a reflexão e ação social, alinhada aos princípios bíblicos de justiça e misericórdia. Assim, a profecia bíblica, longe de ser limitada a previsões futurísticas, se estabelece como um chamado vigoroso à conversão espiritual e social, inclusive do povo de Deus."
O texto de Gutierres Siqueira aborda uma questão interessante sobre a compreensão da profecia, especialmente dentro do contexto pentecostal. Ele destaca a resistência de alguns pentecostais em associar a crítica social à "mensagem profética" e questiona a ideia de que apenas prever o futuro seria a verdadeira função da profecia.
No geral, o texto convida os leitores a reconsiderarem a natureza da profecia, enfatizando sua aplicação não apenas em predições futurísticas, mas também como um chamado à transformação espiritual e social, em consonância com os valores bíblicos.
Nenhum comentário
Postar um comentário